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Ardo, Perpétuo, Maligno
05:08
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É a dor, o Mal
Que em mim se contesta,
Manifesto de tortura, um'aflição de sentido -
Diálogo de marés náufragas na praia do esquecimento
Ruína humana,
"Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
Navego sem rumo,
Não respondas, Não incidas
Às urgentes questões
Que Te fiz" sem T'encontrar
Régia Serpente, luz sem fim
Quando afluíam em mim pecados
Banhei Teu Ídolo no Tabernáculo esquecido
Quando meu sangue jorrava
Teu gosto nele sentia
Na tentação, No devaneio
Em loucura, Apenas ódio
No pungimento de Ser
Um sem fôlego infinito!
Que em mim, afluem os sentidos mortos!
Que em mim, ecoa a náusea da bajulação!
Que de Ti em mim ribombam os gritos,
Das vozes sufocadas!
Para Ti, em mim encontro o trono vazio!
Para Ti!
E agora:
Da dor, o Mal em mim se retém
Tortuoso e aflitivo no sentido
Ruína humana, pérfida razão
Despejo minha'lma
No Teu ergástulo
Ardo, Perpétuo
Maligno
Que em mim, se ouvirão Teus gritos!
Que em mim, ecoarão Teus chamamentos!
Que em mim, Tua comunhão não se disfarce!
Que em mim, a encruzilhada comece!
Que em mim, o enforcado se manifeste!
Para Ti!
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2. |
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3. |
Na Pira onde me Liberto
04:10
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“Todo reino dividido contra si mesmo será assolado;
e a casa dividida contra si mesma cairá.”
Findo, mudo!
Como desconstrução de tudo o que vive, o que morre!
Um colapso do intelecto...
Ainda que esperar não fosse temer!
E não é todo o riso esquecimento?
Tortura! Como Prometeu restaurado e consumido; como
Um naufrágio no rochedo d’existir;
Um afogar na maré da dúvida;
Um desespero d’esperança! Ainda que inevitável
Ainda que suspeita... intangível!
Declarações de diferença! Pólos opostos, ditirambos apaixonados onde Teu nome se eleva
Nas estrelas que são espelhos do sol e nos rios que são espelhos do ermo; e ainda…
Há pouco vi-me nas águas do mar, quando os ventos não lhe turbavam a superfície
E não querendo, soube o que deixei para trás
Declarações de diferença! Pólos opostos, ditirambos apaixonados onde Teu nome se eleva
Na pira onde me liberto.
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4. |
Gnossienne nº 1
04:01
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5. |
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“Eu formo a luz,
e crio as trevas;
eu faço a paz,
e crio o mal;
eu, o Senhor,
faço todas estas coisas.”
E sem beleza nem formosura;
E sem parecença do que manifesto;
Como objeto de desprezo, e como último dos homens,
Sou como enigma, como num espelho face a face
Com a maligna entidade que permeia, no olhar acusador
Sou a lâmina daquele que ceifa! Erguida como pária de permutações - o entrópico equalizador
Rogado, assolado e vinculado ao padecer do abismo inverso - absoluto, na ampulheta sincera -
No mutualismo que me assola no espírito e na carne
Onde sou imolado...
Vinde a mim, labareda! Vinde! Tomai-me por sustento
Torna-me sedimento no passadiço, onde jograis se intrometem,
Se revertem à comunhão notívaga
Coisas, estas todas farei Senhor!
O Eu, O Mal, os crio
Na Paz, e faço eu
Trevas! As crio e
Luz, eu a formo
Na fronteira da escuridão
De minha fogueira
Nas praias do Estige
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6. |
Que haja uma abominação
01:02
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